quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Meu sonho secreto


Sabe qual é meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia. Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada. No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreender com as circunstâncias da vida.
Que me levaram a viver esse papel: o da mulher que quer mais um pouquinho. Constrange-me existir esse personagem Chico Buarque, dolorida, bonita, sendo assim, meio tonta, meio insistente, até meio chata. Nunca precisei aborrecer ninguém antes, então atuo por instinto, cansando-me facilmente. E que fique claro que não é por estar você dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o porque desejo. Estúpida. Latina. Bethânia. Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Let it be


Chega um tempo em que tudo acaba. A roupa perde o brilho, o sorriso não reflete mais o sentimento, o coração deixa de palpitar em ritmo frenético quando pensamos em alguém que até pouco tempo fora especial, a sua maneira. O fim chega.
Tentamos evitar o término assim como tentamos evitar o começo. Cansados de sofrer, desistimos. Involuntariamente, seguindo seu caminho, aquilo que marcou uma etapa e deixou lembranças boas, outros hematomas, pequenas cicatrizes que serão apagadas sobre o véu da memória, passa a não ser parte essencial da nossa história.
Assim termina mais uma conto, não de amor, mas de um afeto especial, que acabou em palavras não ditas, gestos omitidos, desejos calados, e principalmente, o silêncio impedindo qualquer aproximação, qualquer desejo, qualquer amor.
Gostamos de intensidade e seu vaso era raso demais para suportar sentimentos intensamente verdadeiros.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O meu amor


'Eu sou sua menina, viu? Ele é o meu rapaz... Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.'

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu tinha motivos reais, palpáveis e óbvios para te amar


“Você me olhou como uma criança que é pega fazendo arte e eu te amei loucamente. (…) Eu tinha motivos reais, palpáveis e óbvios para te amar. Você é bonito, seu abraço é quente, seu sorriso tem mil quilômetros iluminados, seu humor me faria rir cem encarnações e você é bom em tudo, mesmo não querendo ser bom em nada. (…) Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você...."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Apaixonatus

Não gosto de sofrer, de dores, lamentações e hematomas. Então, fui ao médico:
_ Médico, eu exijo um remédio, poção mágica, tratamento a base de ervas, sei lá o que, mas eu preciso urgentemente ser curada. 
_ Calma moça, não se desespere, limpe as lágrimas, tome um gole d'água e me conte tudo. 
_ Tá, eu não preciso de água, a não ser água benta, é talvez uma água com açúcar faça bem. Mas já que é pra adoçar e me acalmar, chocolate funciona melhor. Você tem ai? De preferência meio amargo.
_ Hum??? (ele me olha intrigado. Pensa profundamente. Suspira.) Infelizmente não tenho, quem sabe se você me contar o que está acontecendo eu possa lhe medicar.
_ Você quer saber os sintomas ou só bater papo. Se for pra conversar eu vou até a psicóloga ou ao padre, este me redime, mas o que sinto não é pecado, talvez seja punição. A dor é externa e interna. 
_ Você poderia ser mais especifica, detalhada talvez?
_ Médico, você quer saber o que tenho ou fazer uma terapia comigo. Você deve ser ressentido por não ter feito psicologia ou entrado para um seminário. Aposto que é isso. Acertei?
_ Bem... não posso negar que quando eu era mais jovem.... Epa! A paciente é você, vamos falar dos seus problemas e dores. 
_ Desculpa, eu só quis ajudar. 
_ Desculpe-me, fui grosso. 
_ Tudo bem. Quando quiser conversar, é só me chamar. Só não podemos falar de amor, este assunto me incomoda, dói, irrita....
_ Já sei. Seu problema é amoroso e...
_ Você é médico e nas horas vagas brinca de cigano? Contenha-se e mantenha o foco na consulta.
_ Mas...
_ Mas nada, foco.
_ OK.
_ Então... não sinto vontade de levantar da cama, tenho dores, ouço músicas que surgem do além, tenho dificuldade em concentração, fico abobada e impulsos me dominam. O caso é sério. Não posso mais suportar.  
_ Queira me desculpar, porém seu problema não pode ser tratado pela medicina, religião ou terapia. Você sofre de uma doença chamada Apaixonatus.
_ Nunca ouvi falar. 
_ É uma espécie de catapora, todos um dia passam por isso e sempre deixa sequelas. Todos podem se curar, uns mais rapidamente, outros demoram um pouco mais. 
_ Já entendi. Tem algum tratamento? 
_ Tem sim, é uma espécie de simpatia. Diga ao homem em quem você mais pensa e sente coisas boas, que te faça sorrir e... 
_ Não gosto de ninguém. 
_ Tem sempre alguém. Pense bem, é para o bem da sua saúde. Diga a este ser que você gosta dele, por mais que não goste, e espere a reação, se ele disser que gosta de você também, fique com ele, caso não corresponda, saia e diga que quem perde é ele. 
_ Qual a relação disso com minha doença?
_  Apaixonatus só pode ser curada com um outro amor. 
_ Tá, não acredito, mas to topando tudo pra me curar logo. Volto aqui outro dia pra uma nova consulta. 
_ Tchau. Não esqueça de se declarar. 
_ Na próxima consulta quero ver seu diploma de médico.




_ Médicos, nunca sabem o que temos de verdade. 
_ Mulheres, nunca admitem que estão subordinadas ao amor.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Shhh...

Shhh... 
Pra você ouvir é necessário muito silêncio e atenção. 
Meu amor não é cantado, gosto de sussurrá-lo ao vento. Deixo 
que ele se encarregue de te entregar cada nota de amor e  carinho que está chegando até você em 3... 2... Shhh...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sonhei um sonho

Sonhei um sonho
e lembrei-me do sonho
e esqueci-me do sonho
e sonhei que procurava
em sonho aquele sonho
e pergunto se a vida
não é um sonho que procurava um sonho.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Parada

Parada da avenida Tomás Gonzaga com a Getúlio Vargas ela espera o amor chegar, talvez ele apareça ou talvez não, ninguém forneceu qualquer garantia, aliás ela entrou na vida desprevenida e pronta para os mais diversos desafios. 
Ele está longe, parado em frente ao computador, agora ele ouve Jack Johnson e pensa no último beijo que deram, do encontro dos corpos em um forte abraço, da melodia que cantava enquanto olhava nos olhos dela que brilhavam. Marcos conseguia ver a lua nos olhos de Fernanda, a memória trabalhava como num filme em preto e branco, um flash back de cada momento juntos, de cada brincadeira, do banho de chuva, das brigas descontroladas, que acabavam sempre nos melhores beijos e de cada toque suave que produziam arrepios e contrações em seu estômago. 
Fernanda relembra as caminhadas noturnas com suas mãos entrelaçadas as dele, das danças, risos, lágrimas e das conversas que tinham. Se isso faz bem ou mal à sua memória, tanto faz, ela ainda não consegue colocar seus pensamentos em ordem, apenas vai vivendo intensamente aquele instante enquanto caminha. No fundo da sua mente a única pessoa que reside e perturba animadoramente suas ações e reações é Marcos. 
Um pensa no outro, mas eles estão distantes fisicamente, dançando sozinhos. Uma imagem triste se forma na frente dos dois, é como se um pudesse ver o outro, tudo isto fazendo com que eles sintam ainda mais a necessidade um do outro, é agonizante, uma tortura pra quem assiste de longe, impossibilitados de dizer aos amantes que amor ainda existe, é forte, contagiante e deprimente em cada episódio que segue e somente os afasta. 
Agora ambos estão cansados, uma da inútil espera, o outro da falta de coragem. Marcos levanta e decidi tomar uma atitude, chegou o momento de desapegar-se das amarras do passado, seguir em frente, permitir-se ser feliz ao lado de alguém que gosta e é correspondido. 
O portão da casa dele fica aberto e ele sai apressado, decidido a amar e ser amado. Na sua corrida rumo ao ouro, a mulher de ouro ele passa pelo cruzamento das avenidas Tomás Gonzaga com a Getúlio Vargas e não vê sua amada Fernanda, vai até a casa dela e chama pelo nome que mais parece tema de uma canção, ela não atende. Ela está lá dentro ouvindo seu nome pronunciado naquela melodia de voz, o telefone dela toca, ela não atende, mensagens chegam a sua caixa de entrada, todas são lidas e apagas involuntariamente. 
Cansada, era o fim, ela estava cheia daquele amor vazio, de mão única, não precisava viver novamente aquele sofrimento para aprender o que era melhor para ela, talvez dessa vez ele realmente tivesse descoberto que ela era o amor da sua vida, mas ela não estava disposta a esperar qualquer coisa dele além do esquecimento.
Agora ela quer somente  a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida.

sábado, 17 de setembro de 2011

A sua espera

Hoje eu só precisava da companhia, do sorriso, de ouvir a voz e sentir o cheiro, teu corpo em meu corpo, teu gosto em minha boca, tua presença no lugar desta ausência que persiste em me acompanhar. Em meio a sorrisos, estrelas, melodias que embalariam nossa paixão, eu continuo aqui, sentada como quem espera o inesperável, segurando o celular aguardando sua ligação, sua mensagem, seu chamado, seu pedido, qualquer sinal de uma vez mais, nada acontece a não ser o movimento ritmado-involuntário-motorizado, nenhum sinal informatizado, de fumaça, sonoro, somente a tortura. 
O que aconteceu? Ou quer ou não quer, se quer venha, se não quer fale com todas as letras, odeio cada expectativa, cada dúvida, cada incerteza e qualquer manifestação imprecisa. Paixões de mão única nunca trouxeram felicidade, sinto que sou um brinquedo de colecionador, a mulher perfeita, endeusada, colocada em plástico bolha em uma caixinha de cristal intocável. Não, eu não quero ser nada disso, quero toques, apertos, quero sentir todos os sentidos e viver cada emoção. Que seja frustrante, que seja dolorido, pouco me importa, eu prefiro as aventuras que romances água com açúcar. Eu sei que vale a pena, mas enquanto esse momento não chega eu aguardo, não mais sentada porque vou tentar e aproveitar cada momento de todas as maneiras, quero viver intensamente, apaixonadamente, a cada minuto, a cada pôr-do-sol. Só quero que saibas que essa é a sua última chamada pra felicidade, constante e duradoura? Talvez, mas com certeza será INTENSA. 


Você sabe que "[...] a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo [...]"  (Abreu, C.F.)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


"Dói. Se me perguntarem o que acontece, só saberei responder isso: dói. Se me perguntarem onde é a dor, ainda assim só responderei: dói. Tudo tem a ver com aquele grito reprimido, aquele sonho escondido, aquele choro nem sempre contido: dói. Aquela vontade de cortar a garganta para não poder gritar. Aquela vontade de arrancar os olhos só pra não poder ver. Aquela vontade de esmagar o coração só para não poder sentir. Mesmo com todas essas coisas incapacitadas ainda assim doeria. Porque não está na garganta, nos olhos, no coração. Está em toda parte."

domingo, 14 de agosto de 2011

A grande inércia

A tarde era clara e as crianças brincavam por entre as roseiras de D. Joana. Vendo esta cena voltei meus pensamentos para minha infância, lá eu podia  voar, ser fada, princesa, confeiteira, escritora, e quem mais eu desejasse ser, bastava apenas um "agora eu quero ser...", "quando eu ser grande...", "vamos brincar de...". Como era simples ser criança, como era mágico brincar de "ser" quem/o  que minha imaginação ousasse imaginar.
Nas minhas brincadeiras você sempre estava lá; nas minhas tardes e manhãs na escola; sentadas nos banquinhos de nossas casas fofocando; você foi por muito tempo meu diário e eu o seu. Passar pelas mesmas ruas e não ouvir seus gritos a me chamar para brincar; contar dos romances e decepções; pra brincar de gato-mia em minha casa; pra posarmos uma na casa da outra; fazer exercícios e se machucar; passar a tarde juntas; comer brigadeiro ou fazer catchup; pra fazer salgadinhos; rir e chorar. Meu primeiro amor, meu primeiro beijo, minhas mudanças de fases, foi pra você que eu corri pra contar, a recíproca foi verdadeira.
Crescemos, as nossas opiniões já não eram mais as mesmas, gostos, posições, partimos para rumos diferentes, às vezes, sempre, brigávamos, não por nos odiarmos, mas por nos querermos tão bem, e só o melhor para a outra que divergíamos frequentemente, mas no final estávamos juntas outra vez. Amizade verdadeira, amor de amigas-irmãs não morre, sofre com a perversidade do tempo, mas as mudanças apenas embelezavam e fortaleciam ainda mais aquilo que é inabalável.
Uma briga, um sorvete de melancia em uma manhã de quarta-feira, fizemos as pazes. A última vez que te vi foi quando você cruzou a rua em direção a sua casa e eu segui para o meu lar. Ver-te novamente na sexta-feira naquele estado...  a pior visão que já tive. Não foi fácil, a cada ano a dor cresce e o segundo semestre do ano é sempre terrível para mim, volto a reviver cada segundo, a dor me consome, a garganta impede qualquer passagem de som, meus braços ardem, minhas pernas travam, sou incapaz de sair da inércia.
Momentos de agonia são frequentes, mas devo seguir, pois sei que estas melhor do que eu, no melhor lugar que existe, onde um dia estarei também. Enquanto isso rezo por você, por nós que ficamos e sentimos a imensurável falta que fazes em nossas vida. Dois meses me separam daquilo que chamo de "A GRANDE INÉRCIA". Ainda não consigo visitar aquele lugar, mas permaneço orando daqui, um dia eu vou, um dia eu supero, não a falta que você faz, nem a dor que me acompanha nas tardes, mas a sensação de impotência perante os caminhos do destino, e, ausência da sua voz e seus abraços.  

sábado, 6 de agosto de 2011

Jasmim

Desceu a rua do Ipiranga, colheu um jasmim e comprou duas balas de canela, uma sua e outra dela. Cruzou o portão, sentou ao lado do túmulo e chorou feito criança, chupando balas e lembrando do jasmim no cabelo dela.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sugestões para atravessar agosto


Para atravessar agosto é preciso, antes de tudo, paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco.[...] 
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. [...]
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se [...]. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. [...] 

(6/8/1995 – para o jornal O Estado de São Paulo)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A você

Quem te deu permissão pra entrar nos meus pensamentos? Quando foi a última vez em que te vi pessoalmente e será que algum dia, de fato, conversamos? Perguntas que não consigo responder. 
Nas últimas semanas a sua imagem fixou moradia em meus pensamentos e de tanto que seu semblante grudou em meus olhos, chego a sonhar com você. Seu sorriso, seus gestos, o modo como me fez rir... tudo aqui, guardado, arquivado.
Não faz sentido, mas faz bem a alma, aos lábios que insistem em sorrir quando penso em você, a pele que se ilumina, até pra você, que mesmo sem saber recebe minhas melhores vibrações. 

PS: De tanto sonhar, me deu vontade de saber como é o seu abraço, apertado. Pra me sentir pequenina em torno de seus braços e sentir o cheiro de sua pele.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Quero você, às vezes

Depois de anos fantasiando príncipes em cavalos brancos, bruxas, poções, fundo musical digno de um conto de fadas e finais felizes... eis que surge você! Sim, você mesmo! Não posso contar as vezes que te vi, muitos menos em qual delas eu te notei, provavelmente em nenhuma, porque você divaga nas minha emoções, sonhos e pensamento mais tolos. 
Você não causa borboletas no meu estômago, não ouço sininhos e nem trombetas barulhentas que cá entre nós, só me assustam. Você é simplesmente você, o cara que passa por mim, às vezes, que fala comigo, às vezes, que visita meus pensamentos e sonhos, às vezes. 
Estou em uma fase em que eu não preciso de príncipes, de um amor avassalador, de uma paixão capaz de me deixar boba com pernas bambas. Preciso apenas de você ao meu lado, às vezes, pra me animar com seus trechos musicais, filosofar sobre a vida, teoria da relatividade, e o porquê das galinhas não voarem. Basta-me que esteja comigo  pra tornar a vida menos chata, menos vazia. Quero mais, mais amor, mais alegria, mais porres de riso, mais fartura em abraço, mais eu, mais você, mais nós! 
Assim, bem simples, bem tranquilo, bem agitado, bem normal, do jeito que acontecer...

domingo, 17 de julho de 2011

Ir adiante, radiante

Dançar, dançamos, beber, bebemos, chorar, chorarmos, sorrir, sorrimos, iludir, iludimo-nos, amar, amamos, desistir? Não, esta palavra não é pra mim... luto todos os dias contra as tempestades que insistem em me derrubar!




"Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz."



sábado, 16 de julho de 2011

Que merda. De que vale tudo isso? Quanto vale a minha vida? ‘Já conheço os passos dessa estrada e sei que não vai dar em nada.’ Rigel está de novo em prantos. E ele tem todo o direito de chorar. Ele tem todo o direito do mundo de bater com a cabeça na parede. Quanta dor um homem suporta? Quanto um coração agüenta de sofrimento? Dá para morrer de amor? (...) Você sabe o que é perder? Sabe. Não há quem não saiba o que é perder. Depositar tanto sonho em algo. Sonhar é tão trabalhoso. Imaginar um mundo de felicidades sem fim. Lotado de paixão e sensualidade. Passear com seu grande amor. O amor de sua vida para sempre. E esse amor vai ser pra sempre lindo e charmoso. Irá dizer coisas espirituosas para você no balcão de um bar cool. E quando chover de repente, e você pensar em correr, o amor de sua vida – que é lindo, culto, corajoso – dirá que quem corre da chuva é rato e que nós somos homens, somos fortes e invencíveis. O amor entupindo as veias de fé e imortalidade. Nós já nos conhecemos desde outra encarnação e vamos nos amar para toda a vida celestial e eterna. Uma eternidade sem fim. Não, não há morte. Ficaremos paras sempre juntos. (...)E não há paisagem que seja mais linda do que o rosto do seu amor. Não há pôr-do-sol que valha desviar seu olhar do dela. Eu te amo. Eu também te amo. Eu te amo mais. Impossível. Eu te amo o mundo. Eu te amo o universo. Te amo tudo aquilo que não conhecemos. E eu te amo antes que tudo o que nós não conhecemos existisse. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo mais do que a mim. 
‘Já conheço os passos dessa estrada’...
E, mesmo assim, estarei sempre pronto para esquecer aqueles que me levaram a um abismo. E mais uma vez amarei. E mais uma vez direi que nunca amei tanto em toda a minha vida. Direi. ‘Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração’.
Rigel chora. É um marmanjo chorando sozinho, sem conseguir tomar banho. Não! Preciso reagir. O que eu tenho, afinal? Saudades. Eu tenho saudades."

quinta-feira, 14 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

A todos que não foram e não ligaram

Bom, você não foi. E não ligou.
A mim, só restou lamentar a sua falta de educação.
Imaginando motivos possíveis. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?
Estou confusa, claro. Achava que você iria.
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia. Qualquer pneu furado serviria.
E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi. Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, num suspiro. Para cada sensatez de sua parte, numa loucura específica minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria.
Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada.
Se a ligação caísse, eu manteria a calma.
Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri todas as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação. Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu deveria te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, e tudo. Mas você não ligou.
Mando essa carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, em coisa alguma, nesta vida, para ser sincera.
No que se refere a você, especialmente, porque o vazio do seu sumiço, já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje.
Não quero um retorno; quis, um dia, uma ida. Que não aconteceu, assim deixemos para lá.
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas um idiota que esqueceu de ir?

domingo, 3 de julho de 2011

Mudanças

Instável, fragilizada, ansiosa, apreensiva, angustiada, cheia de devaneios. Era assim que ela se encontrava, não se encontrava, tinha a terrível certeza que se perdera em algum lugar, mas onde? Parada em frente a multidão, olhando as faces, jeitos  e analisando como tudo ali estava tão normal, exceto ela. As pessoas continuavam as mesmas, com algumas exceções importantes, mas a maioria não, era ela a diferente, não sabia se exteriormente também, só tinha a certeza de que interiormente as mudanças foram grandes. 
Onde andarás Luisa? A docilidade, fragilidade, timidez e a ingenuidade ainda estavam ali, escondidas em um canto escuro e abafado, em que momento de sua vida ela as  colocara lá? De repente ela não se reconhecia  mais. Talvez fosse o açúcar em excesso que tenha a amargado tanto ou a feito docilmente suave; a insistência pelo calor provavelmente a gelou ou a deixou mais resistente; a preferência pela chuva a fez mais seca ou simplesmente mais segura. Devagarinho as questões foram surgindo, as possíveis respostas também, mas Luisa(?) agora não aceitava os motivos, queria fugir, se esconder, perecer ao som de um blues e quem sabe mais tarde quando acordar e começar seu ritual abrir-os-olhos-olhar-se-no-espelho-sorrir, finalmente pudesse se encontrar. 
Mudanças boas, ou ruins, é necessário um balanço antes de qualquer conclusão precipitada. 
Deve ser a idade, novo olhar, novas perspectivas, novos gostos, novos sonhos, outros nem tanto...mas a essência, a fragilidade, a força, a audácia, o medo, a ânsia por uma vez mais... ainda estão aqui.
Me reencontrando, me redefinindo, sendo mulher!


"As pessoas têm medo das mudanças.
Eu tenho medo que as coisas nunca mudem."
Chico Buarque

terça-feira, 21 de junho de 2011

Enfim, sem nós

Depois de tantos tropeços, tantas dores, tantos afagos e carícias, não necessariamente nesta ordem, ver-te não foi nada complicado.

Luiza descia alegre pela rua, leve como seu vestido branco, radiante como seu sorriso e iluminadando felicidade pelos gestos, de repente algo a fez mudar de expressão, continuava alegre interiormente, mas o coração previa a chegada de um rapaz. Ela estava apressada, pois ainda tinha muito para fazer, então começou a resolver tudo o que estava pendente e que poderia ser resolvido naquela rua. Passou pelo banco, lojas, lojas, conversou com um conhecido que há muito não via e procurou inutilmente entre as pessoas a sua maior pendência naquela rua, não viu.
Sua expressão se fechou, indícios de nervosismo começaram a aparecer, toques, necessidade louca de ouvir uma música, desejo por chocolate, busca por um lugar tranquilo, nada resolvia, nada era possível, nada acontecia.
Na volta para casa, quando abria a porta viu que um carro acabara de dobrar a esquina, era ele, sempre ele. José a olhou fixamente através do vidro do carro, parecia que ele queria sair e correr ao seu encontro, mas nada disso aconteceu, ele apenas a cumprimentou com um aceno e estacionou o carro, quando ele iria sair Luiza fechou a porta de sua casa, uma porta simples de madeira, mas que naquele momento representava mais, representava também um coração fechado para aquele rapaz, não por medo, prevenção, ou ódio, simplesmente fechado para sentimentos amorosos tolos.
Há algum tempo ela já sabia que tudo havia acabado, mas há sempre o medo de rever e desejar reviver, porém desta vez e para sempre aquele tormento teve um fim, sem dores, sem emoções, sem carências, necessidades afetivas, corporais. Sem nada, sem mim, sem ele, sem nós, sem nós, sem nós. Nunca estas palavras foram tão insignificantes: SEM NÓS!

terça-feira, 10 de maio de 2011

My Sunlight


Eu não quero mais me sentir vazia, frios, incertezas, arrepios, desejos, tristezas... eu já não havia dito que não gosto de expectativas?!? Você simplesmente chega em uma noite estrelada e bagunça todo o meu projeto de vida, confunde meus sentimentos, brinca com meus cabelos e você faz com que eu volte a me sentir viva.
Eu não pretendia alimentar nada, sentir nada, ter nada, mas de onde você veio? Por que veio? Pra onde vai?
Só me diga o seu nome, não preciso de fotos, as estrelas desenham o seu rosto nas minhas noites frias. Eu não vou fingir que não te conheço, não vou mentir pra mim, não vou  esquecer a sua chegada, muito menos a sua partida. Esqueça, eu não vou parar de sentir, eu não quero te esquecer. Porque seus gestos são doces, seu sorriso é desajeitado, seu olhar reluzente.... Você me conquistou!!!
Talvez você não seja o cara certo para mim, mas eu quero tentar. Porque seus gestos são doces, seu sorriso é desajeitado, seu olhar reluzente.... Você me conquistou!!!
Sei dos seus medos e inseguranças, tenho meus bloqueios também, mas eu não quero perder novamente, pois nós não perderemos e sofreremos se tentarmos, porque você só perde se não tentar e eu estou cansada de viver tanto tempo longe de ti. Não me peça para ser apenas sua amiga, eu não quero, eu não posso, não consigo... Vamos nos acalmar e nos permitir sentir a luz do sol!!!

domingo, 8 de maio de 2011

Coração aberto, tranquilo

"Porque sou grata a mim mesma quando me permito viver um romance com toda a minha entrega, transparência e honestidade. Principalmente, com o que tenho de fundamental, que é a minha prosa poética ou poesia: tornar alguém meu muso e derramar meus sentimentos mais piegas, mas inéditos e particulares. E é por isso que consigo sair deles com dignidade.
O que importa é a verdade, não a metáfora. O que importa é o amor, não as promessas feitas. É tudo muito silencioso e cheio de palavras que explicam por dentro..." Marla de Queiroz


"Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? Assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise..." Clarice Lispector

O maior amor do mundo: Mamãe

Um colorido diferente, foi assim que meu dia começou hoje, colorido, brilhante, tranquilizante... A música que tocava era a mais suave e tranquilizante, que me acompanha todas as manhãs, tardes e noites... sua voz doce fez com que um sorriso leve desabrochasse em minha face.
Você mamãe, é a minha maior benção! Obrigada por me acordar todas as manhãs, se preocupar com minhas refeições, me abraçar quando penso que o mundo vai desabar sobre mim,  me esperar todas as noites, obrigada pelas noites mal dormidas, por brincar comigo, me abrigar no teu colo e deixar que eu te encha de beijos todos os dias, por me ensinar a jogar truco, por dançar comigo, por ser meu abrigo.
Ai mamãe, é impossível medir o tamanho do meu amor por você, a senhora que me orgulha tanto e faço de tudo para que sinta o mesmo orgulho de mim. Sei que você busca sempre o melhor caminho para que eu siga e esta sempre me esperando, onde quer que eu esteja.
Você é minha maior fonte, minha rocha... por mais que as vezes eu não seja a melhor filha, seja injusta com você, falhar com você, mesmo assim mãe, você me coloca todas as noites e todas as manhãs nas suas orações, me considera o seu bebê e faz o possível e o impossível pra me fazer feliz!
Obrigada por chorar e sorrir comigo, por fazer com que me sinta tão amada.
Obrigada por existir, mamãezinha mais linda de todo o meu mundo!!!!

Te amo D. Narli

quarta-feira, 27 de abril de 2011

(Não) Saudade

Eu não entendo juro que não entendo... seus atos, seu jeito, sua voz, seus olhares, seus não mais olhares... tudo aquilo que era lindo e te cercava... de repente esvaiu-se, perdeu-se em algum lugar entre você e eu, mais distante de mim, porém nem tão perto de você.
E sem mais nem menos, sem avisar você reaparece, pedindo aquilo que era seu, que eu te dei, doei, o meu amor que tanto pisastes; depois de sua partida meu pobre coração exilou-se de tudo que representava qualquer risco de envolvimento, calor, afeto, qualquer lembrança do que um dia existiu e tanto nos preencheu.
Justo agora que eu estava me recuperando de você, que sua presença não causava mais grandes palpitações, uma música me lembra você, uma imagem, um personagem, aquela voz tão diferente da sua, porém tão estranhamente familiar a sua, qualquer lugar, não importa o que nem onde, você reaparece nas minhas lembranças e o pior de tudo isso é saber que o momento do reencontro esta próximo, te ver e não poder te tocar e mesmo que pudesse tocar não seria mais, o MEU amor...
Agora é tarde, o vento frio gela ainda mais meus pensamentos e sentimentos, o cinza do céu parece refletir a cor de minha alma, anseio pela chegada da noite, provavelmente sem estrelas, mas o negro me faz refletir. Triste saber que nada do que eu sinta, escreva ou fale vai fazer você sentir aquilo que espero de ti...Como não posso te abraçar, pois é perigoso demais, mando-te em pensamentos meus melhores e maiores beijos e abraços... Saudade

domingo, 27 de março de 2011

Que seja doce...



Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

15 anos sem Caio

LUTO, por que a tristeza é grande. Luto pra tentar amenizar a falta que você faz neste mundo.

Todo mundo tem um herói, a mulher maravilha; super-homem; batman; até o bob esponja é ou foi herói de alguém. Mas o meu herói é maior, por que definitivamente foi real, viveu e viveu intensamente, salvou muitos do abismo, tinha as palavras perfeitas para cada momento, perfeitas para o meu momento, seja ele qual for.
Não cheguei a te conhecer pessoalmente, creio que foi melhor assim, senão não suportaria a dor de te perder. Em um dia qualquer, você veio ao meu encontro, soube exatamente o que falar e como falar, da maneira mais simples e mais profunda que alguém havia falado comigo; meu coração acelerou, senti uma chama em meu peito,  uma certeza de ter encontrado a pessoa certa, aquela com quem eu compartilharia todas as minhas alegrias e frustrações, todos os anseios e buscas desesperadas por algo em meio ao nada, em meio às dúvidas. Em você encontrei o que preciso, não há respostas, o que há realmente é o sentir, o sentir que sinto por você, em você, com você...
Obrigada por fazer parte da minha história, por me permitir te amar assim, demais e tanto...

"- Não está me reconhecendo? Sou sempre eu." Caio F. Abreu

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O que é amizade? Katie Emanule!!

É chegada a hora de assoprar as velinhas novamente, fazer novos desejos, repensar a vida, tuuudo de novo, de novo? Não, por que cada dia é um dia diferente, regado de novos sonhos, novos sentimentos, novas experiências e aventuras, 9496 dias de vida hein, você realmente é velha!!! rsrsr
Na minha vida sempre tive pessoas que considerava amigos de verdade, de fato foram, durante determinado tempo; nunca imaginei que pudesse ter amigos melhores e maiores do que tinha até então, me orgulhava de ter amigas tão maravilhosas e ainda me orgulho, pois elas me fizeram muito feliz e guardo cada amigo e cada momento no meu coração.
Mas foi na faculdade que eu conheci uma marrentinha, de uma personalidade que consegue ser pior que a minha, casca dura, linha dura... mas todas estas qualidades se acabam depois do primeiro Oii, das primeiras conversas, aí pronto, muda tudo, eu descobri que por trás daquela mulher toda séria uma flor delicada, chamosa, frágil, perfumada, impossível não se encantar...
Você MAMÃE, que me ensinou muito, que me aguentou, aturou minhas crises, loucuras, depressões, momentos hiperativos, que me fez dar gargalhadas, com você aprontamos muito. Você foi a primeira a me levar para o mau caminho kkkkk junto com a pirua da Pathy, é claro rsrs
Pensando em você me lembrei do conceito de amizade, de tantas definições que já tentaram dar, nada se compara ao sentimento que tenho por você, procuro, procuro e procuro palavras para descrever a sua amizade para mim e todas as palavras se recusam a formar uma palavra, conversei com cada letra, tentamos imaginar um junção das letras que melhor definisse nossa amizade, você, mas tudo em vão, a palavra amor foi categórica afirmando que ela não era merecedora de tamanha grandeza, era muita responsabilidade, e seu sentido não alcançava, pedi pra todas as letras e nada! O que dizer então? Dizer que você é amiga perfeita que Deus colocou no meu destino, é louca, é séria, é determinada, é descontraída, perversa e piedosa, é bronca e abraço apertado, é o meu porto seguro, por isso e mais um monte que eu digo sem medo: Você é mais que amiga, é mãe, é irmã, é a plenitude de uma amizade. Sou completa com você ao meu lado!!!!


PS: TENHO AS MELHORES AMIGAS DOS MUNDO!!!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Meu funeral

Pensando em morte, em como quero estar no dia do meu velório: vestida em um singelo vestido branco; os cabelos ondulados postos sobre meus ombros; a franja levemente caída sobre minha testa; uma flor entre meus cabelos, demonstrando o meu amor pelas flores, pelas cores, pelos aromas, pela vida, dedicando aquela flor a todos que amei e com certeza vou amar além da vida; entre meus dedos aquele rosário de madeira que levo sempre em meu estojo, as vezes na bolsa; nada de crisântemo ou margaridas, gosto mesmo de tulipas, lírios, rosas, flor de laranjeira, de cerejeira, e outras mais, simples, belas...
Se lembrar cante pra mim algumas músicas, nada de sertanejo, por favor, cantem músicas alegres, tristes, algo que os faça lembrar de mim, sim sim e sorrir, ouvir e lembrar do quanto eu fui feliz ouvindo com você aquela canção, do quanto dançamos e berramos alegremente versos daquela canção. Ah, recitem um poema pra mim, gosto tanto de poemas; lógico, não pode faltar um trecho da obra de Caio F. Abreu, vocês sabem o quanto sou apaixonada por ele, recitem outro qualquer, tudo que é arte me enche de alegrias, e estejam certos que eu partirei calmamente e me sentindo amada.
Adoraria um caixão rosa, seria lindo.
Enfim, partirei. Quando? Não sei, provavelmente breve. Saibam que amo vocês e sou grata por cada minuto de alegria, por compartilharem comigo alegrias e tristezas, nervosismos e risos. Obrigada por existirem em minha vida. Fica aqui um texto lindo adaptado por um grande-recente-velho-amigo.

Funeral Blues - W. H. Auden
Pare os relógios, cale o telefone
Evite o latido do cão com um osso
Emudeça o piano e que o tambor surdo anuncie
a vinda do caixão, seguido pelo cortejo.
Que os aviões voem em círculos, gemendo
e que escrevam no céu o anúncio: ela morreu.
Ponham laços pretos nos pescoços brancos das pombas de rua
e que guardas de trânsito usem finas luvas de breu.
Ela era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste
Meus dias úteis, meus finais-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, minha fala e meu canto.
Eu pensava que o amor era eterno; estava errado
As estrelas não são mais necessárias; apague-as uma por uma
Guarde a lua, desmonte o sol
Despeje o mar e livre-se da floresta
pois nada mais poderá ser bom como antes era. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Talvez sobre as folhas, ou o bairro

Seguia com passos calmos, desequilibrados, um pouco desajeitados, olhar visivelmente perdido e boca semi-aberta. Notou que não podia seguir daquele jeito, mas um desafeto como aquele e seria o fim. Sentou-se em um murinho em frente a praça, que por sorte estava vazia, ficou olhando as flores, borboletas, pássaros, normalmente seria tudo lindo, mas hoje não, hoje era um cenário triste.
Sempre foi a boa moça, inteligente, educada, simpática, divertida, não por querer agradar, mas por ser assim, por ter uma boa educação. Aprendera a ser auto-suficiente, aparentar segurança, por mais que fosse totalmente insegura, passava um olhar calmo, ingênuo, as vezes sedutor. Nunca aceitou ficar entre os últimos, gostava sempre de estar entre os mais, aceitava não ser a primeira em tudo, mas não poderia ficar abaixo do terceiro lugar; adorava ser admirada, respeitada, fonte de exemplo para os outros e orgulho para si própria.
Sem dúvida uma mulher quase perfeita, mas com tantos atributos... causava medo, era admirável, porém com tanta segurança, tanto poder, típica mulher do século XXI dificilmente encontraria um homem seguro o bastante, homens preferem a menina boazinha que lave-passe-cozinhe-costure, que-não-questione-nada. Ela não era assim, definitivamente não queria ser, sabia lavar, passar, cozinhar, fazer massagem, costurar era uma técnica que precisava ser aperfeiçoada, mas ficar estática frente a tudo não fazia parte do seu perfil.
Sabendo que seria difícil encontrar um parceiro, resolvia ser mais flexível, mas a flexibilidade diminuía quando o homem agia como o machão das cavernas. O sucesso da mulher atrapalhava e inibia o homem, logo ele desistia dela, argumentando que ela era demais para ele, que não conseguia lidar com ela, que a adorava, mas.... acabava sempre da mesma forma.
Lá estava ela outra vez abandonada, enquanto as folhas continuavam lindas após cada outono; definitivamente seria melhor escrever sobre o tempo, sobre as flores e cores, ou talvez sobre o mendigo que por ali passava, quem sabe sobre a realidade de seu bairro... não poderia, por que ela fazia parte da realidade daquele bairro.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Borboletas

O vento estava delicioso, a chuva caia e aquele cheirinho de terra molhada invadia seu quarto. Decidiu olhar pela janela, ver o movimento, as pessoas, carros... por um momento havia esquecido que ali não havia nada disso, no meio do sítio o máximo de movimento era um passarinho e outro buscando abrigo naquela inocente chuva.
Por mais que não houvesse movimento, o tão rotineiro barulho de carros, buzinas, gritos, músicas e toda aquela poluição, que já havia se tornado parte dela, ela se sentia feliz. Depois de anos sem sair da cidade grande, descobriu um mundo pequeno, encantado, cheiroso e apetitoso, cheirava a mato, bolo da vovó, causos do vovô contados na varanda da casa.
Tudo cheirava a sutileza, inocência, delicadeza, era puro.
Enquanto a chuva lavava as árvores retirando as folhas secas e doentes, sujava o chão, mas era uma sujeira bonita, agradável. Se imaginava brincando na chuva, relembrando a infância, tomou coragem e foi.
A chuva lavou muitas coisas naquela tarde, de repente um cheirinho de bolo de chocolate veio buscá-la. Comeu bolo, tomou suco, deu risadas.
Pensou: O mundo pode até me obrigar a crescer, mas eu vou continuar vendo borboletas no jardim.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz. Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar de mim a única coisa que sei fazer direito nessa vida que é sofrer. Anos de aprimoramento e ele quer mudar todo o esquema. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode."



sábado, 22 de janeiro de 2011

Suspiros de pureza e felicidade

Apesar de o dia estar meio nublado, com algumas gotas leves de água a cair de vez enquanto, mas com freqüentes raios de sol após cada levada de gotas; ela amanhecera com a sensação de meio de primavera, sol, ventinho gostoso nos cabelos, cheirinho de jasmim pela casa, ainda que não tivesse nenhum jasmim nas redondezas de sua casa. Diferentemente dos dias que haviam passado, naquela manha acordara com um sorriso diferente, livre.
Levantou-se da cama, foi escovar os dentes, lavar o rosto, todo aquele ritual rotineiro, mas o sorriso continuava resplandecendo em sua face. Como não é adepta de cafés da manhã requintados, fartos, tomou o seu leite com mel e foi sentar-se no sofá, mexeu, remexeu, não estava confortável, deitou-se. Na televisão passava algum programa que ela não conseguia lembrar, deveria ser desenho.
Deitada começou a pensar na vida até ali, pensou em como estava sendo injusta consigo mesma, com certeza as coisas não estavam acontecendo como ela sonhara, os caminhos definitivamente não eram os errados, as companhias é que eram as pragas que insistiam em estragar sua visão. Embora com dores, dificuldades, muitos momentos de completo cansaço e vontade de desistir da vida, ela lembrou-se que por mais que a vida não acontecesse da maneira como ela queria, ela definitivamente estava onde queria e deveria estar.
A família  muitas vezes não era uma das melhores, mas era a sua família, seu porto, seu conforto; dos amigos, muitos ficaram para trás, provaram não ser dignos de sua amizade, mas ficaram os melhores, surgiram novos, raros, dignos de colecionadores, caros ao seu coração; da vida profissional, foi difícil se encontrar naquele lugar, mas tudo estava caminhando para dar certo; dos amores, era melhor esquecê-los, sofrera muito, mas graças a tanto sofrimento, amadurecera, crescera, agora era uma grande mulher, admirada por muitos, mas principalmente por ela; da religião, ainda que com muitas dúvidas, sabia que estava no caminho certo.
Não foi fácil chegar até aquela manhã, mas havia conseguido, estava ali, tranqüila, estranhamente tranqüila, com o coração aberto, aconchegante, calmo, puro. Feliz, completamente feliz... e ainda faltava muito para o dia terminar. Saiu...

"Como se tivesse retomado a um anterior estado de pureza depois de muitas marcas." Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Até que prove o contrário

Eu me perdi, perdi voce
Perdi a voz, o seu querer
Agora sou somente um,
longe de nós, um ser comum

Agora eu sou um vento só a escuridão
eu virei pó fotografia sou lembrança do passado
Agora sou a prova viva de que nada nessa vida
é pra sempre até que prove o contrário

Estar assim, sentir assim
um turbilhão de sensações dentro de mim
Eu amanheço eu estremeço eu enlouqueço
e te cavalgado em baixo do cair
da surra eu reconheço
 
Estar assim, sentir assim
um turbilhão de sensações dentro de mim
eu me aqueço eu endureço eu me derreto
eu caio em forma de chuva eu reconheço

Eu me transporto

Agora eu sou um vento só a escuridão
eu virei pó fotografia sou lembrança do passado
Agora sou a prova viva de que nada nessa vida
é pra sempre até que prove o contrário 

"A vida era muito dura. Não chegávamos a passar fome ou frio ou nenhuma dessas coisas. Mas era dura porque era sem cor, sem ritmo e também sem forma. Os dias passavam, passavam e passavam, alcançavam as semanas, dobravam as quinzenas, atingiam os meses, acumulavam-se em anos, amontoavam-se em décadas — e nada acontecia. Eu tinha a impressão de viver dentro de uma enorme e vazia bola de gás, em constante rotação."

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ela não acreditava mais

Começou por onde não deveria começar ao invés do típico "ADEUS" disse-lhe logo um "EU TE AMO", categórico. Gritava, berrava para que todos os móveis daquela casa pudessem ouvir e até as pobres pessoas que atravessavam a rua, dizia que o amava demais, que era idiotice continuar vivendo de aparências, não aguentaria mais 7 anos de um namoro fracassado.
Apesar de viverem tanto tempo juntos, de postarem inúmeras fotos lindas das viagens, passeios, piqueniques, abraços e beijos no orkut, na realidade ela se sentia uma fracassada, inútil, por amar tanto um rapaz que não correspondia à metade dos sentimentos que ela lhe devotava. Era o fim, era o adeus final, finalmente, infelizmente, ela ainda não sabia como definir, mas sabia que não havia mais meios de tentar fazê-lo sentir o mesmo amor que ela sentia.
A garota percebera enfim, que o amor não é um sentimento que pode ser imposto, que apesar de grande não suporta tudo, era insuficiente para os dois, por mais que ela há tivesse dito em algum momento da vida deles que o amor dela era tão grande que dava para os dois, que era sem fim, que precisava apenas dele, ainda que fosse da matéria, do corpo dele, que os sentimentos retornariam aos poucos, não retornaram.
Continuou gritando, chorando, chorando, gritando, aos poucos nem ela mais sabia o que estava fazendo, percebera que tudo era inútil, pois enquanto ela se desesperava por ter a consciência que perdera o amor de sua vida, ele apenas a olhava com um olhar marejado, mudo, as vezes surdo, vazio, incompreensível. Pegou a sua bolsa e disse "ADEUS", ainda restava na pequena a esperança que ele dissesse "NÃO VÁ, EU TE AMO, ME PERDOE". Nada foi dito, era a deixa, o momento exato de sair. Não saiu, ficou parada em frente a porta, secando as lágrimas, e reavivando em sua memória, para se certificar que tudo estava guardado e intacto na memória.
Pediu ao moço, agora ele lhe parecia estranho, que dissesse ao menos uma palavra, qualquer suspiro valeria, pois ajudaria a tirar do seu peito esta angústia. Ele olhou fixamente em seus olhos, abriu os braços e pediu um beijo, um afago, um carinho qualquer, para relembrar nas noites frias. Ela olhou tristemente em seus olhos e fez o que ele havia pedido. A cena se encerrava ali, a imagem perfeita para o fim de um filme horrível, não indicado por ninguém, e inesquecível para os dois.


"Não, ela não era tola. Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends cinderelescos, ela queria acreditar. Até a noite súbita em que não conseguiu mais." Caio F. Abreu