sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

15 anos sem Caio

LUTO, por que a tristeza é grande. Luto pra tentar amenizar a falta que você faz neste mundo.

Todo mundo tem um herói, a mulher maravilha; super-homem; batman; até o bob esponja é ou foi herói de alguém. Mas o meu herói é maior, por que definitivamente foi real, viveu e viveu intensamente, salvou muitos do abismo, tinha as palavras perfeitas para cada momento, perfeitas para o meu momento, seja ele qual for.
Não cheguei a te conhecer pessoalmente, creio que foi melhor assim, senão não suportaria a dor de te perder. Em um dia qualquer, você veio ao meu encontro, soube exatamente o que falar e como falar, da maneira mais simples e mais profunda que alguém havia falado comigo; meu coração acelerou, senti uma chama em meu peito,  uma certeza de ter encontrado a pessoa certa, aquela com quem eu compartilharia todas as minhas alegrias e frustrações, todos os anseios e buscas desesperadas por algo em meio ao nada, em meio às dúvidas. Em você encontrei o que preciso, não há respostas, o que há realmente é o sentir, o sentir que sinto por você, em você, com você...
Obrigada por fazer parte da minha história, por me permitir te amar assim, demais e tanto...

"- Não está me reconhecendo? Sou sempre eu." Caio F. Abreu

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O que é amizade? Katie Emanule!!

É chegada a hora de assoprar as velinhas novamente, fazer novos desejos, repensar a vida, tuuudo de novo, de novo? Não, por que cada dia é um dia diferente, regado de novos sonhos, novos sentimentos, novas experiências e aventuras, 9496 dias de vida hein, você realmente é velha!!! rsrsr
Na minha vida sempre tive pessoas que considerava amigos de verdade, de fato foram, durante determinado tempo; nunca imaginei que pudesse ter amigos melhores e maiores do que tinha até então, me orgulhava de ter amigas tão maravilhosas e ainda me orgulho, pois elas me fizeram muito feliz e guardo cada amigo e cada momento no meu coração.
Mas foi na faculdade que eu conheci uma marrentinha, de uma personalidade que consegue ser pior que a minha, casca dura, linha dura... mas todas estas qualidades se acabam depois do primeiro Oii, das primeiras conversas, aí pronto, muda tudo, eu descobri que por trás daquela mulher toda séria uma flor delicada, chamosa, frágil, perfumada, impossível não se encantar...
Você MAMÃE, que me ensinou muito, que me aguentou, aturou minhas crises, loucuras, depressões, momentos hiperativos, que me fez dar gargalhadas, com você aprontamos muito. Você foi a primeira a me levar para o mau caminho kkkkk junto com a pirua da Pathy, é claro rsrs
Pensando em você me lembrei do conceito de amizade, de tantas definições que já tentaram dar, nada se compara ao sentimento que tenho por você, procuro, procuro e procuro palavras para descrever a sua amizade para mim e todas as palavras se recusam a formar uma palavra, conversei com cada letra, tentamos imaginar um junção das letras que melhor definisse nossa amizade, você, mas tudo em vão, a palavra amor foi categórica afirmando que ela não era merecedora de tamanha grandeza, era muita responsabilidade, e seu sentido não alcançava, pedi pra todas as letras e nada! O que dizer então? Dizer que você é amiga perfeita que Deus colocou no meu destino, é louca, é séria, é determinada, é descontraída, perversa e piedosa, é bronca e abraço apertado, é o meu porto seguro, por isso e mais um monte que eu digo sem medo: Você é mais que amiga, é mãe, é irmã, é a plenitude de uma amizade. Sou completa com você ao meu lado!!!!


PS: TENHO AS MELHORES AMIGAS DOS MUNDO!!!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Meu funeral

Pensando em morte, em como quero estar no dia do meu velório: vestida em um singelo vestido branco; os cabelos ondulados postos sobre meus ombros; a franja levemente caída sobre minha testa; uma flor entre meus cabelos, demonstrando o meu amor pelas flores, pelas cores, pelos aromas, pela vida, dedicando aquela flor a todos que amei e com certeza vou amar além da vida; entre meus dedos aquele rosário de madeira que levo sempre em meu estojo, as vezes na bolsa; nada de crisântemo ou margaridas, gosto mesmo de tulipas, lírios, rosas, flor de laranjeira, de cerejeira, e outras mais, simples, belas...
Se lembrar cante pra mim algumas músicas, nada de sertanejo, por favor, cantem músicas alegres, tristes, algo que os faça lembrar de mim, sim sim e sorrir, ouvir e lembrar do quanto eu fui feliz ouvindo com você aquela canção, do quanto dançamos e berramos alegremente versos daquela canção. Ah, recitem um poema pra mim, gosto tanto de poemas; lógico, não pode faltar um trecho da obra de Caio F. Abreu, vocês sabem o quanto sou apaixonada por ele, recitem outro qualquer, tudo que é arte me enche de alegrias, e estejam certos que eu partirei calmamente e me sentindo amada.
Adoraria um caixão rosa, seria lindo.
Enfim, partirei. Quando? Não sei, provavelmente breve. Saibam que amo vocês e sou grata por cada minuto de alegria, por compartilharem comigo alegrias e tristezas, nervosismos e risos. Obrigada por existirem em minha vida. Fica aqui um texto lindo adaptado por um grande-recente-velho-amigo.

Funeral Blues - W. H. Auden
Pare os relógios, cale o telefone
Evite o latido do cão com um osso
Emudeça o piano e que o tambor surdo anuncie
a vinda do caixão, seguido pelo cortejo.
Que os aviões voem em círculos, gemendo
e que escrevam no céu o anúncio: ela morreu.
Ponham laços pretos nos pescoços brancos das pombas de rua
e que guardas de trânsito usem finas luvas de breu.
Ela era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste
Meus dias úteis, meus finais-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, minha fala e meu canto.
Eu pensava que o amor era eterno; estava errado
As estrelas não são mais necessárias; apague-as uma por uma
Guarde a lua, desmonte o sol
Despeje o mar e livre-se da floresta
pois nada mais poderá ser bom como antes era. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Talvez sobre as folhas, ou o bairro

Seguia com passos calmos, desequilibrados, um pouco desajeitados, olhar visivelmente perdido e boca semi-aberta. Notou que não podia seguir daquele jeito, mas um desafeto como aquele e seria o fim. Sentou-se em um murinho em frente a praça, que por sorte estava vazia, ficou olhando as flores, borboletas, pássaros, normalmente seria tudo lindo, mas hoje não, hoje era um cenário triste.
Sempre foi a boa moça, inteligente, educada, simpática, divertida, não por querer agradar, mas por ser assim, por ter uma boa educação. Aprendera a ser auto-suficiente, aparentar segurança, por mais que fosse totalmente insegura, passava um olhar calmo, ingênuo, as vezes sedutor. Nunca aceitou ficar entre os últimos, gostava sempre de estar entre os mais, aceitava não ser a primeira em tudo, mas não poderia ficar abaixo do terceiro lugar; adorava ser admirada, respeitada, fonte de exemplo para os outros e orgulho para si própria.
Sem dúvida uma mulher quase perfeita, mas com tantos atributos... causava medo, era admirável, porém com tanta segurança, tanto poder, típica mulher do século XXI dificilmente encontraria um homem seguro o bastante, homens preferem a menina boazinha que lave-passe-cozinhe-costure, que-não-questione-nada. Ela não era assim, definitivamente não queria ser, sabia lavar, passar, cozinhar, fazer massagem, costurar era uma técnica que precisava ser aperfeiçoada, mas ficar estática frente a tudo não fazia parte do seu perfil.
Sabendo que seria difícil encontrar um parceiro, resolvia ser mais flexível, mas a flexibilidade diminuía quando o homem agia como o machão das cavernas. O sucesso da mulher atrapalhava e inibia o homem, logo ele desistia dela, argumentando que ela era demais para ele, que não conseguia lidar com ela, que a adorava, mas.... acabava sempre da mesma forma.
Lá estava ela outra vez abandonada, enquanto as folhas continuavam lindas após cada outono; definitivamente seria melhor escrever sobre o tempo, sobre as flores e cores, ou talvez sobre o mendigo que por ali passava, quem sabe sobre a realidade de seu bairro... não poderia, por que ela fazia parte da realidade daquele bairro.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Borboletas

O vento estava delicioso, a chuva caia e aquele cheirinho de terra molhada invadia seu quarto. Decidiu olhar pela janela, ver o movimento, as pessoas, carros... por um momento havia esquecido que ali não havia nada disso, no meio do sítio o máximo de movimento era um passarinho e outro buscando abrigo naquela inocente chuva.
Por mais que não houvesse movimento, o tão rotineiro barulho de carros, buzinas, gritos, músicas e toda aquela poluição, que já havia se tornado parte dela, ela se sentia feliz. Depois de anos sem sair da cidade grande, descobriu um mundo pequeno, encantado, cheiroso e apetitoso, cheirava a mato, bolo da vovó, causos do vovô contados na varanda da casa.
Tudo cheirava a sutileza, inocência, delicadeza, era puro.
Enquanto a chuva lavava as árvores retirando as folhas secas e doentes, sujava o chão, mas era uma sujeira bonita, agradável. Se imaginava brincando na chuva, relembrando a infância, tomou coragem e foi.
A chuva lavou muitas coisas naquela tarde, de repente um cheirinho de bolo de chocolate veio buscá-la. Comeu bolo, tomou suco, deu risadas.
Pensou: O mundo pode até me obrigar a crescer, mas eu vou continuar vendo borboletas no jardim.