domingo, 9 de novembro de 2014

Entre vinhos e lembranças

O entardecer traz consigo um brilho alaranjado no céu, rajadas de cores e explosões de sentimentos perturbam os olhares mais atentos. Entre uma cor e outra seus olhos adentravam aquele labirinto e lá se perdia entre pensamentos, sentimentos e delírios. Sentia-se como uma Alice, perdida entre o real e o imaginário, era certo apenas que ali estava e o único caminho para sair era o autoconhecimento. É preciso enfrentar os minotauros e Rainhas de Copas sozinha antes que floresça para o mundo lá fora.
Enquanto caminhava pelos vales percebeu que em todas as árvores o mesmo quadro aparecia, era a sua memória mais bela e justamente por ser tão bela trazia a sua boca aquele gosto ácido, acidez tão forte que lhe causavam náuseas e tonturas.
Expliquem como puderem, da maneira que mais claro for o motivo que leva um sentimento tão bonito e pura deixar de ser, deixar de existir, passar a ser um simples, porém intenso vento no resplandecer da memória.
Seu sopro ainda ascende meus olhos, ainda faz com que eu sonhe com nossos últimos encontros e beijos, a loucura desesperada pelo reencontro de nossos lábios, do meu toque e seu sorriso. Tudo é memória, vivida, revivida, louca e seduzida. Não quero que nossos momentos saiam de nossas memórias, quero apenas que essa história continue eternizada na caixinha secreta da mente, reprimida e somente relembrada quando o coração pede risos secretos ao som de um bolero embriagado, de coração dilacerado.
Cheers!!!