sábado, 17 de setembro de 2011

A sua espera

Hoje eu só precisava da companhia, do sorriso, de ouvir a voz e sentir o cheiro, teu corpo em meu corpo, teu gosto em minha boca, tua presença no lugar desta ausência que persiste em me acompanhar. Em meio a sorrisos, estrelas, melodias que embalariam nossa paixão, eu continuo aqui, sentada como quem espera o inesperável, segurando o celular aguardando sua ligação, sua mensagem, seu chamado, seu pedido, qualquer sinal de uma vez mais, nada acontece a não ser o movimento ritmado-involuntário-motorizado, nenhum sinal informatizado, de fumaça, sonoro, somente a tortura. 
O que aconteceu? Ou quer ou não quer, se quer venha, se não quer fale com todas as letras, odeio cada expectativa, cada dúvida, cada incerteza e qualquer manifestação imprecisa. Paixões de mão única nunca trouxeram felicidade, sinto que sou um brinquedo de colecionador, a mulher perfeita, endeusada, colocada em plástico bolha em uma caixinha de cristal intocável. Não, eu não quero ser nada disso, quero toques, apertos, quero sentir todos os sentidos e viver cada emoção. Que seja frustrante, que seja dolorido, pouco me importa, eu prefiro as aventuras que romances água com açúcar. Eu sei que vale a pena, mas enquanto esse momento não chega eu aguardo, não mais sentada porque vou tentar e aproveitar cada momento de todas as maneiras, quero viver intensamente, apaixonadamente, a cada minuto, a cada pôr-do-sol. Só quero que saibas que essa é a sua última chamada pra felicidade, constante e duradoura? Talvez, mas com certeza será INTENSA. 


Você sabe que "[...] a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo [...]"  (Abreu, C.F.)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


"Dói. Se me perguntarem o que acontece, só saberei responder isso: dói. Se me perguntarem onde é a dor, ainda assim só responderei: dói. Tudo tem a ver com aquele grito reprimido, aquele sonho escondido, aquele choro nem sempre contido: dói. Aquela vontade de cortar a garganta para não poder gritar. Aquela vontade de arrancar os olhos só pra não poder ver. Aquela vontade de esmagar o coração só para não poder sentir. Mesmo com todas essas coisas incapacitadas ainda assim doeria. Porque não está na garganta, nos olhos, no coração. Está em toda parte."