quarta-feira, 20 de julho de 2011

A você

Quem te deu permissão pra entrar nos meus pensamentos? Quando foi a última vez em que te vi pessoalmente e será que algum dia, de fato, conversamos? Perguntas que não consigo responder. 
Nas últimas semanas a sua imagem fixou moradia em meus pensamentos e de tanto que seu semblante grudou em meus olhos, chego a sonhar com você. Seu sorriso, seus gestos, o modo como me fez rir... tudo aqui, guardado, arquivado.
Não faz sentido, mas faz bem a alma, aos lábios que insistem em sorrir quando penso em você, a pele que se ilumina, até pra você, que mesmo sem saber recebe minhas melhores vibrações. 

PS: De tanto sonhar, me deu vontade de saber como é o seu abraço, apertado. Pra me sentir pequenina em torno de seus braços e sentir o cheiro de sua pele.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Quero você, às vezes

Depois de anos fantasiando príncipes em cavalos brancos, bruxas, poções, fundo musical digno de um conto de fadas e finais felizes... eis que surge você! Sim, você mesmo! Não posso contar as vezes que te vi, muitos menos em qual delas eu te notei, provavelmente em nenhuma, porque você divaga nas minha emoções, sonhos e pensamento mais tolos. 
Você não causa borboletas no meu estômago, não ouço sininhos e nem trombetas barulhentas que cá entre nós, só me assustam. Você é simplesmente você, o cara que passa por mim, às vezes, que fala comigo, às vezes, que visita meus pensamentos e sonhos, às vezes. 
Estou em uma fase em que eu não preciso de príncipes, de um amor avassalador, de uma paixão capaz de me deixar boba com pernas bambas. Preciso apenas de você ao meu lado, às vezes, pra me animar com seus trechos musicais, filosofar sobre a vida, teoria da relatividade, e o porquê das galinhas não voarem. Basta-me que esteja comigo  pra tornar a vida menos chata, menos vazia. Quero mais, mais amor, mais alegria, mais porres de riso, mais fartura em abraço, mais eu, mais você, mais nós! 
Assim, bem simples, bem tranquilo, bem agitado, bem normal, do jeito que acontecer...

domingo, 17 de julho de 2011

Ir adiante, radiante

Dançar, dançamos, beber, bebemos, chorar, chorarmos, sorrir, sorrimos, iludir, iludimo-nos, amar, amamos, desistir? Não, esta palavra não é pra mim... luto todos os dias contra as tempestades que insistem em me derrubar!




"Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz."



sábado, 16 de julho de 2011

Que merda. De que vale tudo isso? Quanto vale a minha vida? ‘Já conheço os passos dessa estrada e sei que não vai dar em nada.’ Rigel está de novo em prantos. E ele tem todo o direito de chorar. Ele tem todo o direito do mundo de bater com a cabeça na parede. Quanta dor um homem suporta? Quanto um coração agüenta de sofrimento? Dá para morrer de amor? (...) Você sabe o que é perder? Sabe. Não há quem não saiba o que é perder. Depositar tanto sonho em algo. Sonhar é tão trabalhoso. Imaginar um mundo de felicidades sem fim. Lotado de paixão e sensualidade. Passear com seu grande amor. O amor de sua vida para sempre. E esse amor vai ser pra sempre lindo e charmoso. Irá dizer coisas espirituosas para você no balcão de um bar cool. E quando chover de repente, e você pensar em correr, o amor de sua vida – que é lindo, culto, corajoso – dirá que quem corre da chuva é rato e que nós somos homens, somos fortes e invencíveis. O amor entupindo as veias de fé e imortalidade. Nós já nos conhecemos desde outra encarnação e vamos nos amar para toda a vida celestial e eterna. Uma eternidade sem fim. Não, não há morte. Ficaremos paras sempre juntos. (...)E não há paisagem que seja mais linda do que o rosto do seu amor. Não há pôr-do-sol que valha desviar seu olhar do dela. Eu te amo. Eu também te amo. Eu te amo mais. Impossível. Eu te amo o mundo. Eu te amo o universo. Te amo tudo aquilo que não conhecemos. E eu te amo antes que tudo o que nós não conhecemos existisse. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo mais do que a mim. 
‘Já conheço os passos dessa estrada’...
E, mesmo assim, estarei sempre pronto para esquecer aqueles que me levaram a um abismo. E mais uma vez amarei. E mais uma vez direi que nunca amei tanto em toda a minha vida. Direi. ‘Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração’.
Rigel chora. É um marmanjo chorando sozinho, sem conseguir tomar banho. Não! Preciso reagir. O que eu tenho, afinal? Saudades. Eu tenho saudades."

quinta-feira, 14 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

A todos que não foram e não ligaram

Bom, você não foi. E não ligou.
A mim, só restou lamentar a sua falta de educação.
Imaginando motivos possíveis. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?
Estou confusa, claro. Achava que você iria.
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia. Qualquer pneu furado serviria.
E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi. Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, num suspiro. Para cada sensatez de sua parte, numa loucura específica minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria.
Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada.
Se a ligação caísse, eu manteria a calma.
Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri todas as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação. Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu deveria te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, e tudo. Mas você não ligou.
Mando essa carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, em coisa alguma, nesta vida, para ser sincera.
No que se refere a você, especialmente, porque o vazio do seu sumiço, já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje.
Não quero um retorno; quis, um dia, uma ida. Que não aconteceu, assim deixemos para lá.
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas um idiota que esqueceu de ir?

domingo, 3 de julho de 2011

Mudanças

Instável, fragilizada, ansiosa, apreensiva, angustiada, cheia de devaneios. Era assim que ela se encontrava, não se encontrava, tinha a terrível certeza que se perdera em algum lugar, mas onde? Parada em frente a multidão, olhando as faces, jeitos  e analisando como tudo ali estava tão normal, exceto ela. As pessoas continuavam as mesmas, com algumas exceções importantes, mas a maioria não, era ela a diferente, não sabia se exteriormente também, só tinha a certeza de que interiormente as mudanças foram grandes. 
Onde andarás Luisa? A docilidade, fragilidade, timidez e a ingenuidade ainda estavam ali, escondidas em um canto escuro e abafado, em que momento de sua vida ela as  colocara lá? De repente ela não se reconhecia  mais. Talvez fosse o açúcar em excesso que tenha a amargado tanto ou a feito docilmente suave; a insistência pelo calor provavelmente a gelou ou a deixou mais resistente; a preferência pela chuva a fez mais seca ou simplesmente mais segura. Devagarinho as questões foram surgindo, as possíveis respostas também, mas Luisa(?) agora não aceitava os motivos, queria fugir, se esconder, perecer ao som de um blues e quem sabe mais tarde quando acordar e começar seu ritual abrir-os-olhos-olhar-se-no-espelho-sorrir, finalmente pudesse se encontrar. 
Mudanças boas, ou ruins, é necessário um balanço antes de qualquer conclusão precipitada. 
Deve ser a idade, novo olhar, novas perspectivas, novos gostos, novos sonhos, outros nem tanto...mas a essência, a fragilidade, a força, a audácia, o medo, a ânsia por uma vez mais... ainda estão aqui.
Me reencontrando, me redefinindo, sendo mulher!


"As pessoas têm medo das mudanças.
Eu tenho medo que as coisas nunca mudem."
Chico Buarque