terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Borboletas

O vento estava delicioso, a chuva caia e aquele cheirinho de terra molhada invadia seu quarto. Decidiu olhar pela janela, ver o movimento, as pessoas, carros... por um momento havia esquecido que ali não havia nada disso, no meio do sítio o máximo de movimento era um passarinho e outro buscando abrigo naquela inocente chuva.
Por mais que não houvesse movimento, o tão rotineiro barulho de carros, buzinas, gritos, músicas e toda aquela poluição, que já havia se tornado parte dela, ela se sentia feliz. Depois de anos sem sair da cidade grande, descobriu um mundo pequeno, encantado, cheiroso e apetitoso, cheirava a mato, bolo da vovó, causos do vovô contados na varanda da casa.
Tudo cheirava a sutileza, inocência, delicadeza, era puro.
Enquanto a chuva lavava as árvores retirando as folhas secas e doentes, sujava o chão, mas era uma sujeira bonita, agradável. Se imaginava brincando na chuva, relembrando a infância, tomou coragem e foi.
A chuva lavou muitas coisas naquela tarde, de repente um cheirinho de bolo de chocolate veio buscá-la. Comeu bolo, tomou suco, deu risadas.
Pensou: O mundo pode até me obrigar a crescer, mas eu vou continuar vendo borboletas no jardim.

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