sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A ruguinha no canto do olho esquerdo

Enquanto descia a rua ficava pensando naquela conversa do metrô, não exatamente na conversa, talvez um pouco, o que lhe prendia a atenção nela eram aqueles olhos brilhantes, o modo como seu rosto irradiava felicidade através do sorriso, até aquelas ruguinhas lhe pareciam agradáveis. Durante toda a viagem trocaram confidências, risos, um e outro olhar assustados. Chegara o ponto que ela desceria, ele tinha que seguir viagem. Um pouco desconcertado, apreensivo, mas enfim tomou coragem: O que você vai fazer este fim de semana? Nada, e você? Por enquanto nada também, posso vir te ver? Uma pausa, dolorosos segundos. Sim, pode. Me ligue. Tchau. O bonde andou, ela ficou, não tiveram tempo de mandar um beijo ou talvez um simples aceno.
Ele passaria a vida toda andando de bonde só para olhar aquela ruguinha no canto do olho esquerdo que aparecia a cada sorriso.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010





A decisão de confiar ou não em uma pessoa é como decidir se você vai subir numa árvore ou não, porque você poderá ter uma vista maravilhosa do último galho, ou então acabará simplesmente todo coberto de seiva, e por essa razão muitas pessoas preferem ficar o tempo todo sozinhas dentro de casa, onde é mais difícil se machucar com farpas de madeira.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eu gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou.
Pela sua capacidade de me olhar devagar, já que nessa vida muita gente já me olhou depressa demais.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010



"A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do outro. Tão simples, tão clássico."

sexta-feira, 5 de novembro de 2010





Alguma coisa em mim - e pode-se chamar isso de "amadurecimento" ou "encaretamento" ou até mesmo "desilusão" ou "emburrecimento"-simplesmente andou, entendeu? Desisti de achar que o príncipe vai achar o sapatinho(ou sapatão) que perdi nas escadarias. Não sinto mais impulsos amorosos.