Depois de muitos agostos introspectivos me veio uma vontade repentina de escrever. Talvez seja a pandemia e sua insistência em ressaltar aos meus olhos minhas vulnerabilidades e total incapacidade em lidar com elas, pode ser que uma live da Ana Carolina tenha resgatado meus sentimentos íntimos e secretos, ou apenas uma vontade louca de gritar para o mundo sem me preocupar com os julgamentos alheios.
Embora esta plataforma ainda esteja disponível ao público, mas considerando seu abandono nos últimos anos, decidi compartilhar aqui alguns devaneios, seja como um diário secreto e enterrado, ou como um grito para que alguém me ouça e decida compartilhar seus comentários e visões para me tirar desta posição fetal e infrutífera.
Hoje a grande questão é a confiança, o quanto compartilhamos sonhos e memórias e paralelamente depositamos nosso carinho e expectativas, seja de amor de família, amigos ou até mesmo aquele tido como romântico. Vivemos em fases completamente instáveis e as amizades juradas eternas deixaram de existir. Ainda que o carinho seja eterno, a cumplicidade se foi e há sempre alguém culpando o outro lado, quando nenhum deles percebe que vimos o barco se distanciar, afundar e nunca fizemos um mísero esforço para salvar a pessoa querida. Culpamos o ego, o outro por nunca mandar uma mensagem, porém não percebemos que sequer ligamos ou tentamos impedir o fim de uma amizade e/ou de um relacionamento.
Na realidade não é que nossa amizade acabou definitivamente, é que cansei de remar sozinha, esperar notícias e ser culpada pelo furo no bote, localizado logo abaixo do seu dedo indicador.
Fiquei pensando no quanto gostaria de ter certas pessoas ao meu lado hoje, mas entendi que estava segurando uma urna, vivendo de lembranças e sofrendo por um peso que carreguei sozinha e que por mais que eu queira a certeza desta amizade novamente, não vale a pena o risco de uma nova cicatriz.
Falo da amizade pensando em você, não pense que não lhe serve, é uma dor seca que impulsiona cada letra aqui contida. A mágoa emergiu e estou me permitindo curti-la, senti-la da maneira mais suave, intensa e invasiva, tudo isso para que eu contemple meus sentimentos e supere cada um deles. Ou apenas não me permita esquecer do quão cruel você foi pra mim.
Eu receberia e te apoiaria nos piores cenários, felizmente eu ainda capto energias positivas e faço questão de manter e estar disponível para viver e acolher cada uma. Obrigada por me ensinar a reconhecer. Seja feliz!
Adeus,
Luiza